quinta-feira, junho 06, 2013

Paradigma Produto/Venda

A inovação técnica é algo de esplêndido. Desenvolver a ciência de modo a criar algo novo, um produto que seja diferente, inovador, e bom para o consumidor é algo que tem o potencial para transformar o mundo. Vimos o "world changing effect" nos produtos Apple, nos produtos Nespresso, nos e-books etc etc. Mais do que produtos excelentes, estes foram produtos capazes de alterar o status quo e trazer uma novidade que não existia no mercado.  A sua capacidade de suprir uma necessidade básica e previamente não identificada foi um ponto de exclamação e que fez o mercado avançar mais. O que estes produtos têm em comum, para além da inovação tecnológica mais ou menos complicada, foi a capacidade de se apresentarem ao consumidor com uma proposta de valor que foi inigualável por qualquer produto que existia no mercado. O seu marketing foi fantástico. O ipod, quando saiu, não era só a revolução do walkman (e o seu fim), era o "1000 songs in your pocket". A Nespresso era aquele equipamento que vendia um estilo de vida sexy, elegante, charmoso. Como se as pessoas pudessem comprar um pouco de George Clooney e levá-lo para as suas casas onde este lhes iria tirar um café. Estes produtos foram sucessos de vendas, estrondosos. Mas porque é que outros produtos não o foram? Tantos produtos que são desenvolvidos e criados mas que não conseguem ter aprovação pelo consumidor? Parte do problema situa-se, tantas vezes, no marketing associado ao produto. O consumidor só ve o produto nas prateleiras dos supermercados e é a partir daí que toma a decisão racional de o comprar ou não. Podemos influenciar a sua compra com ppublicidade, ou características distintivas e, acima de tudo, uma marca forte. Será que o ipod se vendia tanto se não tivesse um design tão atractivo? Será que as máquinas nespresso tinham a mesma aceitação se não fossem bonitas na bancada da cozinha? Claramente não teriam. Isto quer dizer que o lançamento de um novo produto tem de ser pensado na sua generalidade, não só no facto de ser um bom produto, mas também ser capaz de fazer o consumidor perceber e apreciar tudo o que ele representa. Isto significa, inevitavelmente, que qualquer cientista ou produtor está refém da sua capacidade de vender o produto. Quer seja nos supermercados ou nos canais impessoais da Internet. Sim, estamos reféns do marketing, e eu odeio essa situação.